Um dia difícil de viver e difícil de esquecer

Filho querido, hoje foi um dia difícil para mim e para a sua mãe. Você aprontou a sua primeira grande arte e nos deu um susto daqueles.

Algo me diz que você vai ser muito arteiro: bastaram apenas alguns segundos de desatenção e pronto: você caiu da cama e bateu com a cabecinha na quina da mesinha de cabeceira!

Mamãe teve que correr com você para o pronto-socorro. Papai saiu correndo do trabalho para encontrar vocês. Nunca quis tanto colocar você no colo, meu amor.

Resultado: tá vendo esse curativo na sua testinha? Três pontos, além desse arranhão que foi até a bochecha. Mas, apesar do susto, você está ótimo.

Pelo menos você está, porque nós não estamos. Que amor alucinado é esse que a gente sente por você, que nos faz sentir uma dor que dilacera o coração só de te ver assim? A voz da mamãe ao telefone me contando o que hove não sairá nunca da minha memória, assim como seu choro ao fundo. Tenho certeza que ela jamais esquecerá também das cenas que ela, infelizmente, presenciou.

É inevitável o sentimento de culpa, mas tenho certeza que não há: foi uma dolorosa fatalidade para nós três.

Cada sorriso seu agora tem o dom de nos confortar. Você está ótimo, rindo, brincando. Esse sentimento que ficou já, já passa.

Nós te amamos muito. Muito!!!